Por Lauro de Freitas
A senhora que me chama de marido disse outrora que não casou com um porco. Achei deselegante da parte dela e me contive, por mais que não tenha casado com uma equina.
Apenas saí do convívio e tornei a pensar o que, de fato, porto ao corpo. E não é pouco.
Lá na infância, quando corria atrás da bola, a divisão se dava em três: cabeça, tronco e membros. Soube logo: o que é nobre fica da cintura para cima e a censura dali para baixo. A possível razão para os marmanjos não devotarem atenção as pernas.
No mercado tem o que custe o olho da cara ou até um rim, pelas ruas as artérias encaminham o fluxo certo a seguir.
Ao Estado, a preferência tem sido lipofóbica, sem excessos, tenho cá minhas dúvidas.
Enquanto a forma, a cor e conservação definem, em absoluto, a espécie de ser vivo que se faz parte. Nesta lógica, sou um porco porque não tenho mais estômago para ser humano.

Um grunhido especial do Lalau.
Até mais ver!