Ao pisar em terras euclidenses é preciso de experiência para enfrentar os 30 e poucos quilômetros de um caminho que ainda desconheço, o destino é o povoado Massacará.
Antes de mais nada, uma pausa é necessária. Antes de qualquer juízo, o respeito.
— Um, dois, três… Salve eu! dizem as crianças a brincar pelas ruas.
Aqui já se vê que a língua nativa não existe mais. Ou melhor, as quatro palavras restantes queimaram em terras fluminenses, no Museu Nacional (RJ).
Sem desqualificar as singularidades, o falar tem um quê sertanejo com resquícios de quem já morou em São Paulo; e até quem não foi, herdou o R.
Nesse mesmo ritmo, ao invés de ocas existem casas de alvenaria em terra vermelha batida. A assentar subidas, descidas e muitos mistérios.
Como sucedeu lá pelos anos 70, quando o petróleo emergiu transparente. É água, de um vigoroso aquífero que abastece toda a aldeia.
Enquanto a energia elétrica compareceu em 2010, para além da rua (o centro da aldeia). Ocasião que livrou o varal de conservar a carne e transformou a lamparina em objeto decorativo. Só moringa de barro permanece em uso, fonte de água pura e fria.
Caso me pergunte, o que há de único por lá, as respostas vem da natureza: mistérios, forças e cultos que causam um arrepio bom com vontade de quero mais.
Além de um povo que arregaça as mangas para bater (erguer) uma laje e biatar (peneirar) o feijão dos amigos, é bonito de ver.
E lá pelo fim do dia, os passarinhos retornam aos galhos fartas em fruto e em canto. Uma eufórica conferência sobre os voos do dia.
Tudo enquanto a atmosfera manobra a ampulheta para um novo sábado. O assíduo dia da semana, tal como uma fábula.
Enfim… A passagem foi rápida, assim como as quarenta horas de estada.
Motivações alcançadas, retornamos à noitinha a passar pelas setes curvas com vistas às luzes da cidade sede, Euclides da Cunha, Ba.


Pouco mais de 1.200 moradores, etnia Kaimbé.
…
Dei um tempo para balançar as ideias, até o rompante dessa viagem vapt vupt me fazer retornar. E foi isso.
Há tanto para contar dos fragmentos que resistiram. Por enquanto, resta a foto distante da igreja da Santíssima Trindade (1639), vista da janela de casa. E outras mais antigas da Várzea, zona mais rural da aldeia.
Até logo!