Certa vez perguntei a uma professora como escrever em folhas brancas sem deixar despencar as frases, a estranheza veio com a resposta.
— Você precisa estar em paz.
Por que cifrar a chave. Como traçar bem assim… Ela só fez reiterar, certa da orientação. E acertou em cheio, sem faltar com o mistério, não só para o papel.
Enquanto penso na próxima linha, recordo de outra educadora, desta vez também psicóloga. A lembrança remonta a primeira aula da disciplina, quando o assunto personalidade se apresentou em forma de caligrafia.
Desta vez nem pensei em dolo. Ela descreveu perfeitamente um colega que apenas viu a rúbrica. O ensaio discreto endereçou ao motivado, que fez questão de alastrar.
Ainda hoje tento desvendar a minha própria letra, sem muito sucesso. Só descobri que gosto de escrever a mão, em folhas livres, sem pautas.
As linhas também comunicam? Da mesma forma me pergunto. Caso fosse um sim, o conteúdo dependeria do ânimo que as riscou.
Imagem: o que diriam as linhas de ontem? Uma concha, talvez um pássaro ou o resultado de uma caneta ou mão falha…
Até logo!